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Meio Ambiente > Tijolo biodegradável produzido por professor da UFMG
Tijolo biodegradável produzido por professor da UFMG é premiado por Fundação Bill e Melinda Gates


Projeto desenvolvido pelo professor e pesquisador Antônio Ávila, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG, foi premiado pela Grand Challenge Exploration, da Fundação Bill e Melinda Gates (BMGF). O estudo que propõe a construção de fossas sépticas com a utilização de material integralmente biodegradável foi um dos 88 trabalhos escolhidos, dentre os 2.500 enviados à fundação, como uma boa alternativa para a solução de problemas referentes ao saneamento básico. O ineditismo da proposta foi contemplado com a concessão de US$100 mil que deverão ser utilizados na implementação da técnica, além de ter garantido a classificação do estudo para a próxima etapa da premiação, podendo ganhar US$1 milhão, caso seja escolhido.

O professor, segundo brasileiro a ser contemplado pela fundação, trabalha desde 1997 com materiais alternativos capazes de substituir o cimento ou o barro na confecção de tijolos. Em 2002, ele alcançou a receita do tijolo totalmente biodegradável. O compósito, produto proveniente de mistura de ingredientes, é originado da junção de “amido de milho, acido acético (vinagre), glicerina, água” e reforçado por fibras vegetais.

A conciliação do tijolo sustentável com a construção de fossas surgiu, de acordo com Ávila, “para suprir demanda por um tipo de material totalmente biodegradável que atendesse as necessidades dos projetos da BMGF na África”.

Quando usado em fossas – sistema utilizado em áreas sem rede de esgoto responsável pelo armazenamento de fezes –, o tijolo sustentável se mostra bastante vantajoso. Enquanto latrinas construídas com tijolos convencionais esgotam, em aproximadamente um ano, a capacidade de armazenamento, sendo vedadas e tornando a região da fossa inutilizável para outra atividade, as feitas com o material biodegradável têm, com o passar de dois anos, sua estrutura – os tijolos – e o material armazenado – as fezes – absorvidos pelo ambiente como adubo e o espaço volta a ser útil. “A área da antiga latrina pode ser utilizada para agricultura familiar, pois as fezes e os tijolos se transformam em adubo após, mais ou menos, dois anos”, esclarece.

Além disso, os blocos sustentáveis têm formato que favorece o encaixe o que facilita a construção das latrinas. “A forma de fabricação deste material é de tijolos tipo lego, brinquedo infantil em que as peças permitem construir diversas estruturas, o que torna mais fácil e rápida a montagem das fossas”, explica Avila.

A técnica será implantada pela Fundação Bill e Melinda Gates no Quênia, país africano caracterizado por extrema pobreza e sérios problemas relacionados ao saneamento básico. Contudo, o professor Antônio Ávila pretende trazer esse projeto também para o Brasil, por meio de parcerias com governos estaduais e federais. “Quanto a aplicar esta tecnologia no Brasil depende apenas de nossas autoridades.”, destaca o professor.


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